Final Space é uma animação profunda e desafiadora

Eu amo um besteirol bem feito, principalmente quando encontro nele qualidades que trazem emoções verdadeiras e reais que todo mundo sente, mas que são pouco vendidas. Final Space tem 10 episódios emocionantes e dramáticos criados por Olan Rogers. A animação veio do Youtube e ganhou sua primeira temporada na Netflix a pouco tempo, mas vale a maratona.

A série inteira é iniciada no formato flasforward, onde cada episódio começa com a narração do final de enredo. O personagem começa argumentando questões dos acontecimentos que o levou a vagar pelo espaço, e cada minuto da sua vida é um episódio que nos leva a um final trágico. Se olharmos bem as cenas flashforward, a gente vê que o destino do personagem principal, não vai ser um dos melhores.

Garry é um perfeito herói idiota, ingênuo e otimista. Um personagem totalmente carente de afeto ou relação, o que o leva a querer fazer amizade com QUALQUER vida terrestre. Ele cumpre sentença na cadeia espacial, onde suas únicas companhias são robôs. Depois descobrimos que ele é filho de um renomado soldado do espaço. O que faz com que sua vida ganhe uma certa moral com o decorrer dos episódios. A estréia possui alguns furos na trama, mas nada muito sério que pode ser corrigido numa próxima temporada.

Quinn é a única personagem feminina, apresentada no primeiro episódio em uma lembrança do Garry. Ela é uma personagem que vai sendo bem trabalhada conforme os eventos acontecem. Quinn é a personagem mais séria da trama, pra não correr só pelas zoações e diálogos de deboche. Com sua determinação e senso de justiça, é mostrada todas as suas emoções nos episódios finais da temporada. Mas não espere um “girlpower” pois ali você não vai encontrar.

Mooncake é um dos personagens que mais cativam, seja pela sua aparência seja pelo seu poder misterioso. Apesar de ter um vocabulário curtíssimo, o criador trabalhou bem o lance das suas emoções em cima do seu passado e existência. Ele é muito apaixonado pelo Garry. Uma paixão ameaçada por vários fatores que são bem decisivos. Poderiam ter trabalhado bem melhor o vilão principal, a saída da Quinn do futuro – Nightfall, e a destruição do planeta Terra, onde não obteve comoção alguma gente.

Queria muito dar uma abraço em quem escolheu a trilha sonora, pois ela é simplesmente perfeita para cada momento, trazendo toda a emoção dos episódios, por mais contrárias que elas possam ser, nos dando um show bem colorido.

É claro que eu espero muitas mudanças e melhorias na próxima temporada. A série tem todo um potencial para se elevar e ser bem conhecida, e o Rogers tem toda a criatividade necessária pra fazer isso crescer.

A série quer focar principalmente em sentimentos reais, já que nada das ações da série dá certo no final. Ela é repleta de insultos que fazem todo o sentido, debate o egoísmo humano e esconde um sentimento de solidão na trama, deve ser pelo formato que o desenho é feito, me lembrou um pouco Ricky and Morty pelas falas filosóficas sobre a vida e viagens temporais, mas não chega ser grande como o mesmo.

Final Space é repleto de mortes inesperadas, o que deixam as expectativas sobre o final bem interessantes. Garry era um cara sozinho, mas logo se vê rodeado de formas alienígenas e robôs que criam laços com ele. A série fala sobre amizade, confiança, coragem e otimismo, e nos mostra que as coisas podem dar errado sim! Mesmo se você ter todos os sentimentos positivos do mundo, eles na verdade só te ajudam a sobreviver as quedas da vida.

Deixe um comentário