“Special” – Lizzo fez algo especial e o mundo precisa ouvir!

Lizzo seguiu a maré contrária dos novos lançamentos de estrelas que conseguiram feitos em eras passadas bem sucedidas. Existe uma certa pressão, tanto da parte da gravadora quanto dos fãs. É difícil se superar sim. Mas ela foi valente e se aprofundou na sua própria identidade musical, e fez outro disco que leva sua identidade e a sua fórmula. Temos que entender que algumas conseguem se sustentar fazendo o mesmo, como Adele por exemplo. Lizzo trouxe um disco com uma pegada bem oitentista, com muito hip hop, serviu mais do R&B, soul e muita flauta. É um disco muito bem feito e nenhuma das 12 músicas dessa obra prima falharam. Aclamadíssimo, não é de se negar, a Lizzo provou mais uma vez ser uma das maiores artistas da nossa geração.

The Sign abre o álbum e ela já começa expondo a sua essência de ser. Um som de orgão ali, umas batidas aqui, e na medida que a música evolui, entendemos que é uma balada sobre auto aceitação.

Eu continuo escrevendo essas músicas
Porque ele continua me fazendo mal
E minhas garotas continuam cantando junto, uh,
eu acho que não estou sozinho

The Sign – Lizzo

Em seguida, vem os grooves poderosos e um incrível solo de flauta embala uma composição sobre a liberdade de ser em About Damn Time. Sempre foi claro o potencial de hit que esse single teve.

Special, a faixa que dá o nome do álbum é uma das melhores musicas da carreira da Lizzo, e escrevo isso como um admirador ferrenho das suas composições. É uma mensagem bem tocante e otimista. 2 Be Loved (Am Ready), é uma canção com potencial de hit gritante, muito bem produzida, vocal e instrumental casa certinho, é uma delicia de canção. Gosto que ela usa muito os backings vocals pra apoiar na melodia, algo muito característico nos anos 80, é de uma produção sem precedentes, tem o dedo do Max Martin no meio da produção.

Grrrls é o segundo single. Houve uma problemática na letra quando foi lançada; Lizzo foi acusada de capacitismo (leia mais aqui) – mas se desculpou e reformulou a letra. É um hino empoderador sobre mulheres compartilhando seu amor e poder umas com as outras. Não existe heróis que virão te salvar, somos nós por nós, na maioria das vezes. Pode ter algumas frases clichês na composição, mas referência é tudo e essa receita é algo bem comum na indústria. Break Up Twice tem uma melodia mais R&B, um vocal tocante, com sample da Lauren Hill, e inclusive, é uma parceria especial com Mark Ranson, tem dedo dele na produção e composição. O resultado é uma ótimas música sobre amor com uma guitarra rasgada no meio.

Everybody’s Gay’s segue uma vibe Donna Summer, embalada de sintetizadores, nessa ela se mostrou mais uma vez uma artista aliada da comunidade queer. Birthday Girl é outra faixa dançante, ótima letra sobre positividade corporal. O disco vai finalizando, com If You Love Me, onde ela desacelera e faz o encerramento perfeito com Coldplay, a melhor música do disco. Essa faixa tem backing vocal do Chris Martin, da banda Coldplay. Extremamente bem produzida e um potencial de ser grammyada ano que vem.

Tudo que a Lizzo trouxe nesse disco foi: amor e respeito!

Amor sobre a vida, sobre seus amigos, sobre você mesmo. E muito respeito. Respeito com você mesmo, com seu corpo e sua mente. Ela lidou com questões bem vulneráveis no disco, tudo de forma gentil, dançante e suave. Mas vale acentuar essa questão da auto aceitação, é importante nos amar para dar amor. Ela meio que nos diz pra largar mão de tentar acompanhar essa onda de padrão que é imposto, e viver a vida se amando como somos de verdade. Afinal, a vida passa depressa demais.

Escute algo especial abaixo:

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